domingo, 29 de julho de 2012

Seleção precisa evoluir.

Após duas partidas e duas vitórias, a Seleção Brasileira confirmou sua condição de postulante a uma medalha olímpica em Londres. Ao mesmo tempo, vem provando que, individualmente, nenhuma equipe tem tantos talentos. No entanto, no que tange o aspecto coletivo ainda há muito que melhorar. Defensiva e ofensivamente, o Brasil ainda se mostra desencontrado em campo, sem conseguir trabalhar as jogadas – o que se refletiu nos inúmeros lançamentos na área – e oferecendo muitos espaços aos adversários.
Como era esperado, o maior destaque foi Neymar. Mesmo não atravessando grande fase, o santista é capaz de criar boas jogadas do nada, mas precisa aparecer mais para o time. Muitas vezes, a Jóia da Vila parece atuar mais para si mesmo do que na condução de sua equipe. Algo que o técnico do Egito, Ramy Hanzy, havia comentado para espanto de quem considera Neymar um craque pronto e acabado.
Enquanto isso, Hulk continua sem conseguir ratificar seu nome entre os três acima dos 23 anos. Não que o portista não esteja se esforçando, mas, atuando com mais responsabilidades defensivas do que tem no clube, o atacante tem poucas oportunidades para executar seus potentes chutes e, por estilo, não é o tipo de jogador que se apresenta para tabelas ou prime pela capacidade de oferecer chances de conclusão aos companheiros.
Por sua vez, Oscar segue como um dos jogadores mais lúcidos em campo, porém, quase solitário na tarefa de armar jogadas, não vê nos volantes Sandro e Rômulo parceiros com quem possa dialogar. Na defesa, como era de se esperar, alguns sustos com Juan – que sempre passa a impressão de que pode entregar a qualquer momento – e com laterais que apóiam sem muitas preocupações com as jogadas às suas costas.
O momento é de reflexão e de ajustes. Apesar da classificação garantida, a Seleção tem muito a evoluir. Diante de adversários mais consistentes, as falhas apresentadas podem ser determinantes. Definir melhor a marcação e estabelecer uma armação que dependa menos dos lampejos individuais é tarefa para Mano Menezes. Logicamente, fazer esses ajustes em plena competição não é o ideal, mas é a única forma de obter o tão desejado ouro olímpico.
Imagem: Reuters      

2 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Vejo alguns comentaristas dando como favas quase contadas o ouro para o Brasil no futebol masculino. Já vi esse filme e, muitas vezes, o final não é agradável. Dizer que o Brasil não tem adversários é errado. Outros times treinam, se dedicam e até estão mais entrosados. Achei Senegal um time perigoso contra o Uruguai. Como se sabe, o Brasil ainda não jogou tanto assim e, e um jogo só, pode acontecer de tudo. Se soltou mais no segundo tempo de ontem depois dos 2 x 1, mas é muito previsível no ataque e tem em Neto e Juan dois pontos inconstantes na defesa. Acho que o time está muito previsível e poderia testar uma opção diferente no ataque, ou com 2 caras mais de área (Pato e Damião) ou o Lucas entrando para dar uma assistência ao Neymar.

Michel Costa disse...

Favas quase contadas realmente é exagero, Alexandre. No entanto, acho que o Brasil nunca teve um caminho tão pavimentado para o ouro quanto agora. Mas, como escrevi no post, o time ainda precisa de ajustes se não quiser passar por muitos sustos no caminho.